Lênia Luz
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A (IN)visibilidade nossa de cada dia

A (IN)visibilidade nossa de cada dia
Lênia Luz
jul. 7 - 4 min de leitura
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Aqui no Empreendedorismo Rosa temos conversado e levado a pauta sobre o aumento da invisibilidade feminina em tempos de pandemia. E isso não acontece apenas entre nós, acontece no mundo.

Lembrei que em 2013 o livro The Hidden Mother, organizado por Linda Fregni Nagler, reuniu mais de 1000 imagens de bebês tiradas nos primórdios do surgimento do fotografia, na era vitoriana, todas tendo em comum o fato da mãe de cada um dos bebês ter sido de certa forma “apagada” da imagem – quase sempre por um véu ou um tecido como cobertura que a “camuflava”. A razão para "bizzaro" registro era que sem a mãe era impossível manter um bebê quieto para fazer uma foto. 

Este aspecto bizzaro mas também muito simbólico não passou desapercebido pela  fotógrafa americana Megan Jacobs, que criou sua impactante e simbólica série Hidden Mothers (Mães escondidas). Nesta série ela fala sobre a sobre maternidade, identidade feminina e a “invisibilidade” da mulher,  e em especial as mães.  São tantos os tabus da maternidade que tiram a visibilidade da mãe para se assumir somente o lugar da criança. Dentre elas a amamentação em público, a individualidade da mulher que se perde quando se torna mãe, culpas, pressões e escolhas profissionais, tudo isso vem marcado em seu trabalho, que transforma estas mulheres invisíveis na importância de serem vistas.

Hoje recebi de uma participante de nosso grupo de liderança feminina e também nossa Confrade, a notícia de uma mãe que foi demitida por não manter filhos calados durante reuniões de trabalho. Segue matéria da Gelédes abaixo: 

"Uma situação comum em tempos de pandemia custou o emprego de uma americana e causou revolta nas redes sociais. A executiva Dris Wallace contou, em publicação no Instagram, que foi demitida por não conseguir manter os filhos em silêncio durante ligações de negócio.

Mãe de duas crianças (de 4 anos e de 1 ano), Dris começou a trabalhar no modelo home office em março devido à pandemia do novo coronavírus. Segundo ela, os chefes frequentemente a questionavam porque as crianças faziam tanto barulho. Os filhos de Dris ficavam brincando no quintal enquanto ela trabalhava.

“A situação em que passei meus últimos três meses está além do estressante. Perdi horas, lágrimas, suor, demorei em dar um lanche ao meu filho quando ele queria, porque meu chefe precisava que eu fizesse algo imediatamente. E o que eu recebi em troca? Fui demitida”, contou Dris, que reside na Califórnia, nos Estados Unidos.

A mãe afirmou que, antes da demissão, buscou apoio do setor de recursos humanos. No entanto, pouco depois, foi desligada da função sob o pretexto de redução de receita, embora outras áreas estivessem contratando normalmente, mesmo em tempos de crise.“Estamos um momento difícil agora. Essa situação teria sido temporária. Nenhum de meus clientes teve problemas com o barulho dos meus filhos”, escreveu. Dris contou que a empresa ofereceu dinheiro para que a situação não fosse exposta, mas ela negou.

“Não é justificável ter que sentir que seu chefe está fazendo você escolher seu trabalho em detrimento de seus filhos. Espero que minha história aumente a conscientização sobre discriminação de gênero e preconceito contra as mães”, finalizou."

Até quando teremos que aceitar este tipo de situação? Me pergunto como  mulheres que tem visibilidade nestes espaços de trabalho, tem se posicionado a frente de situações que FEREM suas pares?  Será que estão se posicionando ou simplesmente aceitando com o discurso, "isso não depende de mim". 

Imaginem comigo...E se todas as mulheres decidissem deixar seus postos de trabalho, no melhor modelo, uma REVOLUÇÃO FEMININA? Como as empresas SOBREVIVERIAM? 

Imagino que seria decretado o CAOS social e aí quem sabem nos tornássemos visíveis em nossa TOTALIDADE e não somente no que interessa a muitos.

Beijos de VISIBILIDADE para mim, para você , para nós!

Dedico este texto a Confrade Vanessa Rosa, que me inspirou 


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