Os dias de isolamento social mal começaram para alguns aqui no Brasil e a aflição: o que fazer para ganhar dinheiro, para fazer a empresa continuar funcionando ou ainda, como adquirir serviços e bens se a carteira está zerada?
E muita gente tem apelado para a prática comercial mais antiga da humanidade: O escambo. Ou no linguajar mais atual, a permuta.
Mas do que se trata essa tal permuta?
Na definição do dicionário, é a troca entre duas pessoas de mercadorias e bens, e atualmente, serviços, sem envolver dinheiro.
Pensando nisso, segue algumas dicas sobre como fazer boas permutas nestes tempos de isolamento e quem sabe, adotar como estratégia de negócios, e com pouca ou nenhuma movimentação financeira.
Afinal, a permuta é uma boa?
A permuta pode ser uma boa ideia quando feita para se suprir uma determinada necessidade.
Pegando um exemplo: Se eu não tenho pets, não há razão de eu fazer uma permuta do meu serviço de consultoria com um pet shop. Mas se eu tenho pets e preciso dos serviços e produtos e estou ou sem grana ou buscando uma visibilidade entre os clientes do pet, pode ser legal. O mesmo raciocínio deve ser para o pet shop: está precisando da consultoria para agregar valor ao negócio, ótimo. Caso contrário, pode não ser interessante.
É possível viver de permuta?
Honestamente, não. A não ser que você não possua nenhum compromisso financeiro como água, luz, internet, telefone, cartão de crédito... Infelizmente não é possível pagar boleto com permuta, banho e tosa, ou consultoria, só para pegar o mesmo exemplo.
Dessa forma, pense quanto do seu trabalho, seja ele serviço ou produtos, precisa ser comercializado para que você tenha dinheiro para honrar os compromissos financeiros. É importante saber quanto do seu tempo ou do seu produto você consegue trabalhar na forma de permuta. Para isso, é importante saber exatamente seus custos e sua capacidade financeira.
E neste momento de crise?
Na minha opinião, faça permutas dos serviços ou produtos que você realmente esteja precisando e que pode permutar dentro da capacidade de tempo (se for serviço) ou produtos que possa oferecer sem prejudicar sua agenda e capital de giro.
Como funciona a permuta?
Avalie o que pode oferecer em troca de algo que precisa. E parta para a negociação.
Tome como métrica o preço de venda do seu serviço ou produto. Para facilitar o cálculo, vamos imaginar que cobro R$70 por hora de consultoria e pretendo trocar pelo serviço de pet shop, com banho e ração, que custa R$120. Aí entra a negociação. Para zerar a conta, eu preciso ofertar 2 horas de consultoria a R$60 cada. Ou pedir algo de R$20 pro meu dog para fechar a diferença e continuar nos meus R$ 140.
Quais as vantagens?
Geralmente se permutam serviços ou produtos a partir do interesse mútuo em ambos. Só aí já é uma grande vantagem.
Algumas empresas permutam seus serviços com influenciadores ou empresas que tem uma grande visibilidade, atrelando assim, a marca da empresa a essa pessoa ou empresa já conhecida e reconhecida no mercado.
Quando as duas partes não possuem legiões de seguidores, a permuta e a divulgação ajuda a ambos a se tornarem conhecidas dentro do seu círculo de convívio e você, dentro do dela, podendo atrair novos clientes para o seu negócio.
Dá pra fazer acordo apenas contando com a boa fé?
Se você conhece a pessoa, até que sim. Se não, é legal fazer um contratinho de gaveta para firmar o compromisso, especificando o que se está permutando.
E se a pessoa não cumprir com o prometido?
Pessoas agindo de má fé sempre existirão, seja com permutas seja envolvendo dinheiro.
Por isso é importante saber exatamente o quanto se está ofertando e avaliar se a outra pessoa terá como cumprir com sua promessa e ter ciência de que pode ter uma perda sim. Por fim, avaliar se aquela perda vai prejudicar seus negócios ou não.
E se não prejudica, então bons negócios!