Lênia Luz
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Andar, andar, andar!

Lênia Luz
ago. 21 - 3 min de leitura
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Por Mara Gabrilli

"Eu gostaria que você também tivesse esta listinha que agora te escrevo. Eu realmente demorei mais de 100 km e 20h para compor tal listinha! Mas essa ficará por toda a minha vida, pois cada item dela existe um porquê bem real e, claro, foi vivido com muito sangue e muita fé".

O trecho acima faz parte de um relato escrito por mim em 1990, quando, depois de correr uma ultramaratona que durou mais de vinte horas, resolvi compilar tudo o que a experiência me agregara em uma carta dedicada a minha amiga Juliana.

MARA Fonte da imagem: Instituto Mara Gabrilli

Alguns anos depois, mal sabia eu, mas, cada lição narrada por mim naquele relato seria colocada em prática – em um momento muito mais difícil, ao me ver em uma UTI, depois  de um grave acidente de carro.

Ao meu lado, na cama, Juliana, minha amiga, que anos atrás fora encorajada por minhas palavras, lia para mim cada item da tal lista de superação. Cada palavra que atravessava meus tímpanos surtia efeito revigorante. Sem me recordar daquele conteúdo, fiquei animada e perguntei sobre a autoria daquela carta cheia de energia. Fiquei surpresa quando a Ju falou: “A carta é sua, amiga!”.

Hoje, percorrendo os olhos na mesma mensagem de superação e autoconhecimento, vejo que minha energia continua a mesma. Mesmo sem os movimentos do pescoço para baixo, andar continua sendo uma atividade que faz parte da minha rotina.

Sentir o atrito dos meus pés no solo é de um prazer sublime e eu não meço esforços para fazer minha caminhada semanal. Para isso, utilizo a Lokomat, um aparelho robótico de reabilitação que simula os movimentos de uma marcha. Conheci essa tecnologia em 2004, nos Estados Unidos. Quando chegou ao Brasil nos últimos anos eu comecei a utilizar em São Paulo, única cidade do Brasil que oferece o equipamento.

Além de trabalhar a ossatura, a Lokomat ajuda na parte muscular nas conexões nervosas, circulação, amplitude dos movimentos e, claro, me deixa feliz. É uma descarga de autoestima!

Freud utilizava a caminhada como um exercício a ser aplicado na terapia. Enquanto andamos oxigenamos nosso cérebro e as ideias fluem. Resultado: saúde física e mental.

E sempre vale a pena correr atrás de qualquer prejuízo, por mais irreversível que pareça ser.


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