Lênia Luz
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Como uma gestão "feminina" pode mudar companhias

Como uma gestão "feminina" pode mudar companhias
Lênia Luz
jul. 8 - 4 min de leitura
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Depois que Deborah Hargreaves começou a conversar com grupos de mulheres para seu novo relatório sobre o que seria uma corporação "feminina" e o que as mulheres mudariam no local de trabalho se pudessem, ela constatou que algo havia mudado no seu próprio ponto de vista. "Quanto mais eu pensava nisso, e conversava com as pessoas a respeito, mais bizarra a coisa parecia."

Hargreaves, uma ex-jornalista veterana do "Financial Times" e do "Guardian", além de fundadora do High Pay Centre, um centro de estudos que monitora a remuneração executiva, ganhou uma bolsa da Friends Provident Foundation para passar um ano compilando seu estudo. Suas constatações oferecem um manifesto pela mudança com dez recomendações sobre como uma abordagem à vida profissional orientada para as mulheres pode criar empresas melhores para o futuro - e em troca tornar a economia mais justa para todos.
 

No decorrer de suas conversas com mais de 150 mulheres em uma variedade de situações de trabalho no Reino Unido, ela percebeu o quanto grande parte das empresas são estranhas e divergem da vida moderna.

"Toda a experiência das mulheres no local de trabalho é completamente bizarra de uma maneira que precisamos nos desculpar para cuidar dos nossos filhos e fingir que estamos totalmente engajadas no trabalho 100% do tempo. "Certamente deveríamos reconhecer: estamos cuidando de outra geração ou cuidando de pessoas vulneráveis de nossa própria geração?
"Arranjar desculpas" é algo que muitas mães reconhecem. Mentir sobre uma consulta médica para participar de eventos escolares; acobertar uma doença de um filho alegando que você mesma está doente; remover as fotografias dos filhos da mesa porque um diretor proibiu isso. Essas são situações pelas quais muitas mulheres já passaram e representam apenas alguns dos poucos ultrajes e artifícios usados para manter a cabeça fora d'água e parecer "profissional" no local de trabalho.

Deborah Hargreaves espera que seu estudo venha a ajudar a promover uma mudança radical de atitudes. A principal conclusão de "Women at Work: Designing a Company Fit for the Future" é que as empresas precisam reconhecer as responsabilidades domésticas das mulheres. Como coloca o relatório: "A organização colocaria os cuidados com os filhos, parentes e pais em seu centro". Outra grande recomendação inclui um foco na semana de quatro dias de trabalho, horários flexíveis, home office e trabalho compartilhado - para homens e mulheres, em todos os níveis das empresas.

Hargreaves entrevistou profissionais inovadores que compartilham o trabalho, incluindo um grupo de três pessoas que dividem a mesma função, um casal que faz o mesmo e duas mulheres experientes que continuaram a compartilhar o trabalho mesmo depois de mudar de empresa. "Minha visão é que todos os tipos de trabalho podem ser feitos em período parcial e de forma compartilhada", afirma Hargreaves. "Você precisa pensar de maneira criativa - tirar algumas coisas [da descrição das funções]. Todos os trabalhos poderiam ser feitos de maneiras diferentes."

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