Recentemente iniciei uma extensa reflexão sobre cultura organizacional ao acessar, por necessidade, o serviço público de saúde em um grande hospital e perceber ali um certo caos.
Os sintomas começaram a ser discernidos já na recepção: os funcionários, embora bem vestidos e com boa aparência, não eram empáticos ao público e suas necessidades, mantendo uma postura de distanciamento, apenas direcionavam a demanda para o serviço social ou simplesmente à sala de consulta.
O serviço social, por sua vez, desempenhando um papel engessado, demonstrou estar à mercê da liberação de outros indivíduos além das normas internas que nem sempre são seguidas. A atuação torna-se limitada, burocrática e lenta.
O indivíduo que supostamente detêm o poder, apesar de ser altamente qualificado, faz parte de uma equipe com hierarquia bem definida e competitiva. As informações prestadas por ele são técnicas, repetitivas e não levam em conta o viés emocional que possam causar.
As normas vigentes no espaço corporativo são de conhecimento somente de alguns colaboradores; há muitas informações nas paredes do ambiente corporativo tornando o direcionamento da mensagem confuso para colaboradores e usuários.
De maneira geral, o usuário é encaminhado de um setor para outro, com esperas gigantescas para obter respostas coerentes e que atendam a sua necessidade.
A fluidez das partes que compõem a empresa pode influir para o sucesso dos resultados desejados além de que todo este ambiente pode propiciar aos usuários uma imagem equivocada da instituição e seu universo.
Caos x Cultura Organizacional
É preciso entender que muito do que foi observado, está diretamente ligado a comportamentos e hábitos arraigados e a atenção dada pela instituição à forma como ela se comunica com o seu público.
Se falamos de comportamentos, hábitos, crenças, valores, atitudes, normas, linguagens, que compõem o universo de uma organização, então estamos nos referindo à sua Cultura Organizacional.
Logo é certo dizer que o estabelecimento de uma cultura organizacional clara é capaz de definir como a organização conduzirá seus negócios, influindo diretamente na sua identidade, o que é e o que faz.
E, portanto, quanto mais clara for para a instituição e seus colaboradores sua missão, seus valores e sua visão, mais fácil será conduzir a um padrão de desempenho das equipes e engajamento nas atividades diárias.
Sem sombra de dúvidas é um desafio bastante atual para qualquer organização manter uma boa imagem tanto interna quanto externa, pois a mudança de hábitos e costumes arraigados é complicada e difícil de corrigir, mas não impossível.
Mudar nomes, logos, aplicar novas cores, mudar uniformes é relativamente fácil, e a cultura também pode ser transformada desde que empregador e empregados estejam comprometidos para que a mudança ocorra.
Felizmente há várias ferramentas disponíveis na área de comunicação que podem auxiliar gestores a traçar um plano de ação que leve a instituição a um caminho assertivo.
Para criar uma cultura organizacional forte é preciso conhecer e estruturar os processos, dar transparência nas informações, planejar, engajar equipes e mantê-las unidas a fim de falar a mesma língua, transformar o espírito da empresa como um todo, conhecer e dar seguimento às boas práticas. Enfim, é sair fora da caixinha e pensar como fazer diferente para que o objetivo seja alcançado com eficiência e eficácia.