Lênia Luz
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A desconstrução que liberta

A desconstrução que liberta
Lênia Luz
jun. 20 - 4 min de leitura
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Se você me perguntasse há alguns anos atrás o que significava sucesso para mim, eu prontamente responderia que era me sentir realizada ao conseguir o cargo, o salário e o marido desejados aos 30 anos de idade para assim poder planejar a vinda dos filhos e a flexibilidade na carreira para aproveitar o máximo da maternidade.

Um quadro bastante delimitado e que eu assumia que estaria totalmente sob meu controle, sempre de forma muito determinada e racional, afinal, emoções e sensibilidade eram sinônimos de fraqueza para mim.

Pois bem, esse mês eu chego à marca de 33 anos sem ter nenhum dos itens planejados anteriormente, e curiosamente nunca me senti mais feliz e realizada na minha vida, o que me faz pensar se não estou ficando louca, bom, acredito (e espero) que não e vou explicar a vocês o porquê.

Há um pouco mais de um ano, a vida começou a desconstruir certos conceitos e mitos que eu tinha como verdade, desconstrução esta bastante dolorosa a princípio, mas extremamente libertadora, à qual quero compartilhar com vocês.

  • Emoções e Sensibilidade não são sinais de fraqueza. Talvez pela minha educação alemã, sempre fui ensinada a engolir o choro e a esconder meus sentimentos, sempre com a desculpa de que eu precisava ser forte para enfrentar as dificuldades com a cabeça erguida. Como resultado desse mito, passei boa parte da minha vida somatizando as minhas emoções e me escondendo até de mim mesma. Ao me abrir novamente para as emoções, pude me redescobrir de novo, e este reconhecimento gerou em mim uma força que eu não sabia que possuía.
  • O tempo não é nosso inimigo. Sempre fui muito orientada a futuro e, pelo fato de estabelecer metas acima das minhas capacidades e principalmente do meu controle, sempre encarei o tempo como meu inimigo, e o ato de "perder" meu tempo como a pior coisa que eu podia fazer ou que pudessem fazer comigo. Acontece que a nossa vida não é um caminho em linha reta, ligando uma ponta a outra (e que chata a vida seria se assim fosse, não é mesmo?!), mas sim um caminho sinuoso, cheio de curvas e montanhas, deixando a vida mais interessante e principalmente nos deixando mais experientes para desfrutar das belezas ao longo do caminho.
  • Amar a si mesmo faz toda a diferença.  Acho que pela minha autocrítica e meu senso de responsabilidade (insanamente superior ao devido), acostumei a forçar meus limites e a me sacrificar pelos outros, o que parece muito bonito a uma primeira vista, se eu não o fizesse porque achava que devia e não porque me era natural enquanto ato de amor. E como eu queria ter uma relação de amor verdadeira se eu mesmo não me amava? Aprendi que esse era o primeiro passo…cuidar de mim e me aceitar como sou, com minhas limitações e qualidades. Como é libertador saber que não preciso ser mais ou melhor que ninguém, pois a minha felicidade se encontra em ser eu mesma na minha totalidade.

 

Talvez para algumas de vocês possa parecer tudo muito básico, mas para mim está sendo inédito e transformador viver essas desconstruções, e para outras de vocês também possa ser. Meu convite aqui é que você, assim como eu, entre em "fase de desconstrução" e viva intensamente a beleza e a singularidade que é você!

Por Karina Leyser


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