Lênia Luz
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Lugar de mulher também é na política

Lênia Luz
out. 3 - 5 min de leitura
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O assunto de hoje é mulher na política, mas o interesse é geral. Afinal, não é necessário ter uma empresa para ser empreendedora, e nem mesmo ser mulher para lutar pela igualdade dos sexos. Mulher que incentiva o protagonismo feminino há de concordar comigo e participar dessa campanha.

Fonte: Revista Cláudia

A sociedade patriarcal, como conhecemos, tende a desaparecer. Quando? Ainda não sabemos, talvez daqui 150 anos, o mesmo tempo em que vamos ter a mesma quantidade de homens e mulheres nos espaços municipais, segundo o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves.

Há 101,7 milhões de mulheres no Brasil contra 99,3 milhões de homens, segundo o IBGE. E para lutar pelos nossos direitos lá na ponta, com quem manda e desmanda, com quem vota, constrói e faz acontecer, precisamos de representantes que sintam o que sentimos, que passem pelo que nós passamos e que se identifiquem com a gente, pois na vida de milhares de nós, o preconceito, a exclusão e a violência é uma realidade.

Se para alguns está de mal a pior, pelo menos para nós está de pior para mal. E isso é bom. Em 2003 tivemos a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres (em Curitiba essa secretaria só chegou agora em 2013), em 2010 foi a vez da ONU Mulheres e da eleição de uma mulher para representar a nação no cargo de Presidente da República – que deu bastante visibilidade ao tema.

Mas no Brasil todo temos apenas 10% de mulheres na política, bem menos que em países como Iraque e Afeganistão. Em parte, é verdade que muitas mulheres não se interessam pela política, já que contam com uma infinidade de tarefas que foram naturalmente atribuídas a elas pela sociedade, como cuidar da casa, dos maridos, dos filhos etc. E como a política é um “jogo de cartas marcadas” muitas preferem não se envolver com um ambiente que pode se tornar maléfico a elas. Não só é preciso incentivar as mulheres a participar ativamente do cenário político, como é válida uma lei que obrigue os partidos a ampliar a nossa participação nas candidaturas, o que agrega na emancipação e empoderamento feminino.  As mulheres não devem ter medo de concorrer a grandes cargos (nisso incluo qualquer cargo de liderança), mas precisam sim dar o primeiro passo e estar dispostas a disputá-lo com homens.

Numa pesquisa realizada em abril desse ano pelo IBOPE e Instituto Patrícia Galvão, 8 em cada 10 entrevistados consideram que, sendo as mulheres hoje mais da metade da população, deveria ser obrigatória a participação de metade de mulheres e metade de homens nas Câmaras de Vereadores, Assembléias Legislativas Estaduais e no Congresso Nacional.

71% dos entrevistados consideram a reforma política muito importante/importante para garantir 50% de homens e 50% de mulheres nas listas de candidaturas dos partidos. Está aí a oportunidade de você também dar o seu voto de confiança. Uma das condições do projeto de lei por iniciativa popular Eleições Limpas é a inclusão das mulheres na política, assim como a campanha “Mulher, tome partido”, da Câmara de Deputados, que pretende aumentar em 20% o número de mulheres filiadas e em 30% a representação feminina na Câmara e no Senado até 2014.

Vou aqui dar 10 dicas para você que quer participar ativamente da luta (dicas passadas por Julie Kumble, Diretora de Doações e Programas na Women's Fund of Western Massachusetts):

- Faça muito network na sua comunidade;
- Faça uma lista de possíveis apoiadores;
- Guarde dinheiro para sair do trabalho e  dedicar-se à sua campanha;
- Seja capaz de responder o por que você está fazendo isso;
- Monte um plano junto com sua família, para gerir crises que venham a aparecer;
- Mantenha-se saudável, emocional, física e mentalmente;
- Seja autêntica/original;
- Busque pessoas de sucesso que sirvam de referência para você;
- Estude, participe de programas de treinamento, busque capacitação;
- Faça acontecer.

Links de interesse:
O livro Mulheres nas Eleições 2010 pode ser baixado gratuitamente: www.bibliotecafeminista.org.br

Pesquisa “Mais mulheres na política:” http://www.spm.gov.br/publicacoes teste/publicacoes/2013/mais_mulheres_politica.pdf

ONU Mulheres: http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/onu-mulheres/

Secretaria de Políticas para Mulheres: http://www.spm.gov.br/

Amanda Riesemberg é publicitária, e faz MBA em Administração do Terceiro Setor. Fundadora da Nossa Causa  - Agência de Transformação Social, luta pelo crescimento do voluntariado, das atividades filantrópicas no país e da profissionalização do terceiro setor. Voluntária no Instituto HUMSOL, foi uma das 15 brasileiras convidadas para o Programa de Intercâmbio de Empoderamento Feminino realizado nos Estados Unidos em 2012. Também empreende a Baum Filmes, produtora de vídeos interativos e de intervenção social.

Contatos:  facebook.com/nossacausa ou amanda@nossacausa.com


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