Vamos comigo direto ao ponto?
Existe um romantismo, uma ilusão, uma imagem que se pinta da mãe empreendedora. Como se o empreendedorismo pudesse tornar a vida das mães mais fácil, como se trabalhando por conta própria houvesse mais tempo para curtir os filhos, ou ainda, como se ter um empreendimento fosse sinônimo de menos preocupações e responsabilidades.
Quem já teve a experiência de ter seu próprio negócio sabe que isso não tem a menor possibilidade de ser verdade. Empreender significa abrir mão de muitas coisas, a começar pelo tempo (que geralmente acaba sendo escasso devido a imensa lista de tarefas para manter o negócio rodando), passando pela grande responsabilidade de ter clientes, produtos, serviços, fornecedores e obrigações financeiras e chegando ao ponto da instabilidade que se experimenta na vida empreendedora.
Por outro lado, justamente nestes principais pontos que observamos é que fazemos uma correlação direta com questões da vivência da maternidade. Quem é mãe sabe de quantas coisas precisamos abrir mão para criar os filhos, o quanto é necessário desenvolver o foco para realizar mais em menos tempo, que a instabilidade vira rotina e a responsabilidade perante a vida de outro ser é a maior que pode existir.
Portanto, meu convite é para esta reflexão do quanto a caminhada empreendedora se assemelha a maternidade:
Parimos novos negócios quando estes são lançados no mercado e dizemos que maternar é encarar o espírito empreendedor de corpo e alma. Gerir o próprio empreendimento é precisar se conhecer e se reinventar constantemente para sobreviver as duras leis do mercado, e ser mãe é um mergulho em si mesma, analisando-se e conhecendo-se por meio do constante reflexo dos comportamentos dos filhos, os quais também exigem criatividade o tempo todo para educar.
O ambiente de trabalho vem revendo seus conceitos e adequando-se ao fato que não existe vida pessoal separada da vida profissional, trata-se do ser humano integral, portanto minha aposta nesse momento é que cada vez mais mães se vejam como empreendedoras. Não que essa seja uma escolha fácil, mas muitas vezes será a escolha mais acertada para aquelas que na maternidade descobriram ou esclareceram o que faz seus corações vibrarem, aquilo que dá significado e sentido às suas vidas.
Acredito que ao encontrar esse combustível que chamamos de propósito, constroem-se bons negócios, boas mães, boas ideias e boas profissionais, humanas que se sintam completas em busca diária de sua evolução e realização.
Um beijo no coração da mãe e empreendedora,
Babi Stainsack
Criativa de Negócios e Operações do Empreendedorismo Rosa