Lênia Luz
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Minha história empreendedora- Eu patchworko,e você?

Lênia Luz
dez. 17 - 6 min de leitura
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A história Empreendedora de hoje faz parte da ação que realizamos no mês de novembro, na Semana Global de Empreendedorismo. Solicitamos que empreendedoras tirassem fotos empreendendo e aquela que fosse escolhida no Instagram, teria a oportunidade de inspirar outras mulheres, aqui, com sua história. Bem-vinda, Michelle Lanzoni!

Sou de Piracaia, uma cidade do interior de São Paulo, onde morei até os meus 18 anos. Desde criança sou muito sonhadora e batalhadora e apesar de ter tido uma infância muito pobre e sem acesso a recursos, sempre tive objetivos de ir muito longe e, para isso, tenho dado o melhor de mim em tudo o que faço. Superei muitos obstáculos e dificuldades para chegar até onde estou. Comecei a trabalhar com 11 anos de idade e posso dizer que já fiz de quase tudo nesta vida, como, por exemplo: plantar flores na roça, vender verduras de porta em porta, vender pastel e gelatina na porta da escola, doméstica, empacotadora em supermercado, balconista em papelaria, recepcionista, entre outros. Com isso, vejo que carrego o empreendedorismo comigo desde criança.

No último ano do colegial, tinha bem claro em minha mente que seria necessário estudar muito para ser alguém na vida e que precisaria mudar para uma cidade maior. Em uma das minhas idas para estudar computação (na época, usava-se esse termo) na cidade vizinha, conheci uma pessoa que me convenceu que São Paulo seria o melhor lugar para buscar meus objetivos. Por meio dessa pessoa conheci duas garotas que faziam faculdade e queriam dividir o aluguel. Então, terminei o colégio e fui morar com elas em São Bernardo do Campo, uma cidade do ABC Paulista.

Fonte da imagem: Empreendedorismo Rosa

Quando cheguei lá, absolutamente tudo era novo para mim, nunca tinha visto uma escada rolante e cheguei até a dar sinal para o metrô achando que não ia parar na estação se não o fizesse. Perguntei para algumas pessoas onde conseguiria um emprego e logo me disseram que shopping seria o lugar ideal. Passei o dia entregando currículos e, por sorte, no dia seguinte consegui um trabalho como caixa numa loja. Tudo parecia ir muito bem, e mesmo com muitas dificuldades financeiras consegui ingressar na faculdade de Direito. Estudava de manhã e trabalha no período da tarde e noite. Mas a vida é uma caixinha de surpresas e tem coisas que acontecem porque precisam acontecer. Conheci meu marido e, por “acidente”, fiquei grávida, o que me obrigou a suspender temporariamente os sonhos de continuar os estudos. Nove meses depois fui abençoada com a chegada do Felipi e, ao retornar da licença maternidade, recebi a proposta de trabalhar como recepcionista do escritório da rede de lojas que trabalhava. Com meu esforço e dedicação consegui me desenvolver nessa função, até ser promovida para assistente de compras. Foi quando me identifiquei com as atividades administrativas e decidi que, quando retornasse para a faculdade, iria fazer Administração de Empresas ao invés de dar continuidade no curso de Direito.

Fiquei na empresa por mais um tempo, mas, por indicação de uma amiga, fui trabalhar em outra no setor de TI, onde pude me desenvolver profissionalmente. Com a ajuda da empresa retornei à faculdade, sem ela isso não seria possível. No meu quarto ano de faculdade, decidi ser mãe novamente. Meu objetivo era já ter tido o bebê quando terminasse os estudos. Confesso que foi uma loucura, porque além de trabalhar e estudar tinha bastante responsabilidade com a vida de mãe, de dona casa e de esposa. Naquela época meu foco principal era ser bem-sucedida na carreira profissional e não media esforços para isso. Entretanto, no dia em que retornei da licença maternidade fui desligada da empresa. A princípio fiquei extremamente decepcionada porque tinha me dedicado muito e não conseguia entender o porquê da situação.

Nesta fase faz todo sentido dizer que "nasce um filho, nasce um empreendimento". A segunda maternidade me transformou como mulher, pois queria estar mais perto dos meus. Por ocasião do destino conheci o Patchwork e me redescobri. Nasceu, então, uma paixão por tecidos, linhas e botões. Apesar de ser do interior, nunca me imaginei pregando um botão que fosse. Comecei a pesquisar sobre o assunto na internet com o intuito de aprender a costurar e não demorou muito lá estava eu costurando babadores e outras peças.

Na incessante busca por conhecimento, fez aflorar em mim a vontade de empreender. Vi nessa arte a possibilidade de me realizar como profissional e também de tornar a oportunidade em algo rentável. Apesar de ter voltado para o mundo corporativo, não meço esforços para tornar esse empreendimento cada vez mais bem-sucedido, pois desejo aos poucos me dedicar full time nesta atividade. Criei a fanpage Boutique do Patchwork para divulgar meus trabalhos e para compartilhar dicas com outras artesãs. Tenho tido um retorno super positivo e tem sido muito gratificante saber que estou no caminho certo.

O que projeto para os próximos anos? Tornar-me referência no setor, disseminar conhecimento e ajudar outras pessoas a ter uma fonte extra de renda, além de contribuir para o crescimento da economia local e, por que não global? O que tenho feito para que isso ocorra? Muitos estudos e parcerias. Parece um pouco audacioso, mas levando em consideração que sou guerreira e que já tive muitas conquistas nessa jornada, me faz pensar que vou chegar onde quero.

Hoje, concilio as atividades profissionais, maternais, domésticas e dos novos projetos, por isso considero-me uma super mulher com jeitinho de menina. Sou formada em Administração de Empresas, casada com um maridão super dedicado, mãe de dois filhos lindos e agora empreendedora e artesã.

Dentre as minhas paixões, destaco o amor que tenho por plantas, por cozinhar e por esta mais recente atividade: Patchworkar.


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