Proporção de homens e mulheres inscritos na advocacia de todo o Brasil está bem equilibrada.
Pesquisa
Um estudo feito pela pesquisadora Patrícia Tuma Martins Berto constatou que houve uma "feminização da advocacia" a partir dos anos 1980. No entanto, as mulheres ainda ocupam a base da carreira, poucas conseguem chegar ao posto de sócia. "Há, assim, um teto de vidro que impede a maior parte delas de ascender à condição de sócia", disse a pesquisadora.
O estudo mostrou que as advogadas se sentem culpadas diante das tantas cobranças (e autocobranças) que recaem sobre elas, e muitas abdicam de avançar profissionalmente. "Outras tantas abandonam o escritório, preferindo trabalhar em departamentos jurídicos de empresas, onde há uma jornada de trabalho delimitada, possibilitando melhor conciliação entre demandas familiares e profissionais", concluiu.
Quando as mulheres conseguem transpor o teto de vidro, a pesquisadora afirmou que há muitas advogadas que assimilam e reproduzem o discurso da meritocracia, esquecendo as dificuldades encontradas durante a trajetória, de modo que isso não se traduz em aprendizado para as demais mulheres.
"Ao contrário, tal comportamento impede que outras mulheres se beneficiem da sua experiência e as aproxima das trajetórias masculinas de carreira, fazendo com que, embora já exista um número até certo ponto considerável de advogadas no topo de alguns escritórios, ainda não haja a massa crítica necessária para salvaguardar espaço para as mulheres."
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