Lênia Luz
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Sudão torna crime a prática de mutilação genital feminina

Sudão torna crime a prática de mutilação genital feminina
Taty Verri
mai. 5 - 2 min de leitura
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Post original em AgoraÉQueSãoElas

O Sudão, um dos países do mundo com maior prevalência de casos de mutilação genital feminina (MGF), acabou de criminalizar a prática. A remoção ou corte de parte ou totalidade da genitália externa feminina passará a ser punível com até três anos de prisão. A medida foi uma uma grande vitória das ativistas feministas pelos direitos das mulheres em um país onde tal prática é frequentemente generalizada.

A prática é legalizada em mais de 30 países pelo mundo, com foco maior na África e Oriente Médio. Consiste na remoção de partes da genitália feminina, especialmente o clitóris. A motivação é cultural e perpetua a desigualdade de gêneros. Na maioria das vezes, significa impedir que a mulher tenha prazer sexual e só assim ela consegue se casar.

Os dados das Nações Unidas são aterorizantes: estima-se que nove em cada dez meninas e mulheres no Sudão tenham sido vítimas de mutilação genital, prática com graves e inúmeras consequências na saúde daquelas que a ela são sujeitas. Cerca de três quartos dos casos de MGF no país ocorrem em clínicas e são feitos por profissionais de saúde, sejam médicos, enfermeiros ou parteiras. As meninas, ainda crianças, são as maiores vítimas. Em outros casos, acontece com garotas quando menstruam, marcando a passagem para a vida adulta.

Estima-se que em todo o mundo cerca de 200 milhões de meninas e mulheres tenham sido alvo de mutilação genital. Em muitos casos, após o corte da genitália externa, a entrada da vagina é cosida. Além de uma enorme violação dos direitos destas crianças e mulheres, a prática tem graves consequências para a saúde, podendo provocar quistos, incontinência, dores no ato sexual e incapacidade de sentir prazer durante as práticas sexuais. A prática tem um impacto na vida futura, mas também tem consequências imediatas: muitas meninas morrem durante o “corte” ou com infeções causadas pela prática. Outras morrem mais tarde em complicações no parto causadas pela mutilação da sua zona genital.

A legislação foi aprovada pelo governo de transição do país e criminaliza a prática em qualquer contexto, seja dentro de um estabelecimento de saúde ou fora dele.

 


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