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Uma carta para a empreendedora que acaba de se tornar mãe

Uma carta para a empreendedora que acaba de se tornar mãe
Babi Stainsack
jul. 11 - 4 min de leitura
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Eu sei. Não sei como é estar na sua pele. Mas mesmo assim eu sei.

Eu sei que os dias não andam fáceis. Muito menos as noites.

Eu sei. Eu sei que dói deixar aquele que você achava que era seu primeiro filho de lado (refiro-me ao seu negócio), mesmo que temporariamente.

Eu sei que dói suspender o CNPJ, pois doeria ainda mais deixar o bebê aos cuidados de outra pessoa, pelo menos por enquanto. E eu sei que dói uma dor inimaginável ter de deixar o bebê por algumas horas, nos casos em que o CNPJ não pode ser deixado de lado nem por uns dias.

Logo você, que achava que já era louca suficiente só por se arriscar a ser empreendedora num mundo como o de hoje, foi de empreendedora a mãe PLUS empreendedora. E caso esteja em pleno puerpério, é loucura ao cubo multiplicado por sete.

Finge que eu sou uma abelhinha invisível que entra na sua cabeça (tem um zumbido aí dentro, não tem não?), essa abelhinha escuta seu turbilhão de pensamentos conflitantes quando mais um parente inconveniente pergunta: "O nenéim já dorme a noite toda, fia?", "Dá um chá/banho/benzimento com camomila - ou qualquer coisa semelhante - que você vai ver como vai dormir melhor...", "Você ainda não saiu com ele/ela? É por isso que chora tanto, estranha as pessoas, porque eu com meu filho - nascido há mais de 20 anos atrás, convenhamos... - fui passar o réveillon na praia e ele não tinha nem um mês....", "Ah, mas você já fica saindo de casa com ele/ela? Sabe que muita muvuca faz mal pra criança, né?".

Pausa para um emoticon de olhos virados pra cima.

Minha querida amiga recém parida, eu só quero te dizer que você está fazendo TUDO CERTO. Até o errado está certo, tá bom? Mesmo que o mundo te diga o contrário. Se é errado mesmo, logo logo você vai perceber porque seu filho dará sinais claros do que pode ser ajustado.

Quanto ao seu empreendimento, ah, é verdade, são tantas as preocupações que até tínhamos esquecido do assunto.

Seu empreendimento... Quanta vontade de voltar correndo para fazer tudo o que borbulha aí nessa cabeça pensante, né? Somos mães. Mas nunca deixamos de ser paixão pelo que fazemos. 

Quero te dar uma boa nova, afinal sou uma sagitariana-eterna-otimista-que-sempre-acredita-que-tudo-vai-melhorar: após 5 anos trabalhando junto do EMPREENDEDORISMO ROSA, arrisco dizer que as melhores são mães. 

Que as não mães não me ouçam, ou melhor, não leiam esse texto. Mas ah... as melhores são mães. Mais focadas, com menos tempo a perder, que precisam de mais dinheiro (risos, risos... desesperados risos), com maior clareza sobre a necessidade de construir um legado. Tornar-se mãe traz tudo isso mais forte.

Brincadeiras e indelicadezas a parte (sagitariana, lembra?), quando eu não era mãe e nem pretendia ser, era isso que me inspirava nas mães. Agora podemos também ser essa inspiração, já pensou que bacanudo isso?

Quanto ao seu empreendimento, quando for a necessária hora sei que você vai voltar e pegar com tudo, e ele vai se tornar ainda mais incrível. Se essa hora não chegar, pois bem, eu continuo sabendo... Sei que outros caminhos se abrirão. Caminhos que façam mais sentido a sua nova vida. 

Bem, e quanto aos parentes, da próxima vez que as perguntas inconvenientes chegarem, sugiro ao invés de responder dando satisfações e explicações, a seguinte retórica:

"Você está me fazendo essa pergunta porque realmente quer ouvir a resposta?" 

Porque, sinceramente, de soluções pré-concebidas, nem eu, nem você, nem nossos negócios e muito menos nossos filhos, precisam.

Um abraço apertado da empreendedora e recém-mãe, 

Babi Stainsack


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