Lênia Luz
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Visão Real

Visão Real
Nany Semicek
mar. 22 - 5 min de leitura
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"Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar."

Vincent Van Gogh

 

É tanta informação que deixa a gente atordoada, não é mesmo?

Somos seres sociais influenciáveis e estamos vivendo há muitos meses rodeadas de medo, incerteza e falta de esperança. Quando achamos uma linha de raciocínio para nos apegar, no dia seguinte surgem novos estudos, novas variantes... um novo mundo incerto.

Eu venho flutuando entre muitos estágios por aqui. De largar tudo, fugir para um sítio e me candidatar a ser mão de obra na lavoura de alguma comunidade que produza alimentos orgânicos, a pegar empréstimo e ser visionária em novos negócios revolucionário em meio a crise. Um dia, uma super-mulher que pode vencer qualquer coisa, no outro, caio no vitimismo de ser mãe solo, micro-empreendedora e mulher.

E dentro de tantas oscilações e medos, um dia eu comecei a acreditar que tínhamos perdido o direito de sonhar. Que no fundo, tudo o que está acontecendo ao redor, era um grande plano para nos calar, oprimir e regredir.  “Acabou o tempo de sonhar, o Grande Olho venceu”, me dizia uma voz sabotadora interna.

Mas um dia eu me peguei pensando:

Estou tendo visão real dos meus problemas?

Estou enxergando realmente com clareza minha situação atual ou estou me misturando com pensamentos negativos amplamente difundidos?

Não estou sendo negacionista, a seriedade de um vírus que está matando em média 2 mil pessoas por dia é REAL. Não há dúvida sobre isso.

O medo de sair de casa é REAL.

Mas meu sentimento de escassez é real?

Meu sentimento de solidão é real?

Meu sentimento de que nunca mais teremos uma vida normal, é real?

Meu sentimento de que la fora só existe injustiça, é real?

Meu negócio não está indo bem, é verdade. Minha rotina de mãe solo com duas crianças é solitária e exaustiva, muita gente ao meu redor em luto pelas perdas de vidas queridas, e tantos outros argumentos que nos fazem ter um falso sentimento de que a visão distorcida é real. Mas te convido a fazer este exercício que estou fazendo por aqui. Silencie de notícias, silencie de julgamentos e internamente se pergunte se cada problema que você acha que tem hoje é real. É realmente deste tamanho todo?

Você realmente passará fome se seu negócio falir ou perder o emprego?

Você realmente não tem ninguém na sua lista de contatos para ligar para desabafar nos momentos solitários? (Talvez você acredite que não pode contar com ninguém, mas será que você não está escolhendo de onde quer receber ajuda e não está efetivamente comunicando as ajudas que precisa neste momento? A ajuda vem de lugares que nem imaginamos!)

Existe algo da “vida de antes” que valha mais a pena do que sua família protegida em casa de um vírus assassino?

Uma viagem, uma conversa num bar, um “qualquer coisa” vale mais que a chance de sair disso vivo?

Porque sim, esta pandemia vai acabar. Se mesmo depois da “peste”  e outras pandemias a civilização continuou prosperando, mesmo com míseros recursos que tinham na época, nós em 2021 vamos ver isso passar. Mas talvez não no tempo que nosso EGO deseja.

Estar vivo, é uma dádiva.

Não se intimide em contar as coisas boas que está vivenciando por conta da situação global. Não se sinta obrigada a reclamar das suas condições para ter assunto com os mais próximos. “Está difícil, é está difícil mesmo”. Não se envegonhe de ter uma vida privilegiada, isso pode te dar energia pra ajudar quem não tem!

Vamos silenciar e internamente procurar a visão real de tudo.

Se meu negócio falir e não ter dinheiro para pagar meu aluguel, tenho certeza absoluta que você terá a casa de alguém querido para ir (se não tiver, te ofereço a minha).

O problema é nosso EGO, é nossa necessidade de controle de que as coisas existam do nosso jeito ou do jeito que era “antes”. O antes não existe mais, chega! Paremos de falar “porque antes da pandemia eu fazia tal coisa”. O “antes” da pandemia ja é um ano atrás! Vire a página, siga em frente e por favor, vigie-se para não distorcer o real tamanho das coisas.

Nossa mente é ávida em criar os piores cenários e possibilidades. Silencie a mente, ela lutará para continuar no controle. Confie no inesperado, o universo (ou Deus, se assim preferir), é muito mais criativo e sábio nas soluções, basta que a gente permita.

 

Não controlamos nada. A vida é soberana e as rédeas não estão em nossas mãos.

Sigamos firmes, juntas, com visão real do nosso mundo particular.

 

Nany Semicek

Mãe, mulher selvagem, arqueira, montanhista e sócia-fundadora do espaço de brincar livre na natureza chamado Casa Poppins.

www.instagram.com/casapoppins_

 


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